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segunda-feira, 21 de abril de 2008

Eu e a moda, a moda e eu

Motivada pelo comentário da Fê Resende (do inspirador Oficina de Estilo), vou contar como eu cheguei na moda, ou como a moda chegou até mim. Eu entrei na faculdade de Ciências Sociais em 1997, e nesse mesmo ano, pesquisando temas para um trabalho sobre economia criativa, conheci o trabalho do Grupo Cultural AfroReggae , uma ONG carioca que trabalhava em duas favelas aqui no RJ, Vigário Geral e Cantagalo apresentando arte e cultura como forma de inclusão social para os jovens destas comunidades. Música, dança, circo e teatro para mudar a realidade tão fadada às páginas policiais. Paixão à primeira vista: comecei como voluntária na oficina de circo do Cantagalo, passei à coordenação social, trabalhei com o AfroLata (eles merecem post mega especial, até porque vamos fazer figurino novo jájá!!) e depois fui ajudar a implantar a ARPA (AfroReggae Produções Artísticas) a primeira ação rumo à auto-sustentabilidade da instituição, e também responsável por lançar um dos conceitos que a gente mais trabalha e vive até hoje: conexões urbanas. Em 2001, a banda AfroReggae gravou seu 1º clip, e a figurinista foi a super fofa, talentosa e queridissima Ellen Millet, que me disse que eu tinha jeito pra trabalhar com moda e criação e me arranjou uma bolsa no curso de figurino do SENAC-RJ. Em 2002, eu fui trabalhar na Central Única das Favelas, implantando a área social - criando os projetos, captando recursos, fazendo levantamento das comunidades etc - e também na produção/direção do mais importante evento de hip hop do Brasil, o Hutúz (todo mundo que trabalha com moda, lifestyle, imagem e etc TEM que conhecer). Nessa época, eu também já tinha escolhido me especializar em Antropologia na faculdade, na área de discussão sobre a questão racial no Brasil. Em 2004 entrei para o mestrado, para estudar a visibilidade dos modelos negros na moda brasileira, e enfim reunir todas as áreas de interesse e conhecimento que mais me interessavam. No mesmo ano, fiz o curso de Jornalismo de Moda no SENAC/RJ, e conheci de muito pertinho este mundo fascinante guiada por Iesa e Lula Rodrigues. Outra paixão à primeira vista. Saí da CUFA e comecei a trabalhar como figurinista/produtora/jornalista de moda. No comecinho do ano passado, o Júnior, coordenador do GCAR, me chamou de volta pro Afro, pra ajudar a conduzir o projeto de criação da grife AfroRegaae, mais uma ação voltada para a auto-sustentabilidade. E cá estou.
ps: como o post ficou gigante, prometo aprofundar cada fase deste encontro, com muitas infos moda-antropológicas-periféricas.

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